Há pessoas que, só de ouvirem falar em injeção e agulhas, já fogem do médico. Se a recomendação for uma cirurgia, o pavor é maior no que tange a anestesia. Se for a geral, pior ainda. Porém, o anestesiologista Paulo Webster lembra que tudo o que se faz na vida oferece riscos. "Hoje, considero a segurança em anestesia muito efetiva, pois houve grande evolução das drogas, dos equipamentos, da própria técnica e do conhecimento em geral da medicina", salienta.
Segundo Webster, não se pode dizer que não existem riscos, porém, há também bastante segurança. "Todo médico prima pelo paciente, em especial no ato operatório, pois é um momento único", destaca. "Quando acontece algo inesperado, e acontece, certamente é uma reação que fugiu de qualquer possibilidade", acrescenta.
O médico destaca que não existe risco puramente cirúrgico, nem puramente anestésico. "O risco é anestésico-cirúrgico. Por exemplo, pode ser um vaso que não se consegue estancar e a pessoa pode morrer desse sangramento. Mas sempre há um cuidado muito especial", enfatiza.
O risco de o paciente sofrer alguma reação adversa durante uma operação existe para todas as pessoas. Assim, ao passar por um mesmo procedimento, com os mesmos medicamentos, uma pode ter reação desagradável enquanto a outra terá ótimos resultados. Isso, porque uma pode ser alérgica a algum dos medicamentos e a outra não. Ou seja, tudo dependerá do organismo de cada paciente e da técnica escolhida.
Como é a ação?
A técnica anestésica serve para tirar a dor, promover a inconsciência e a amnésia durante um ato operatório, evitando o estresse fisiológico do paciente. Há quatro segmentos: a geral, a condutiva (peridural e raquianestesia), a anestesia regional (um segmento do corpo) e a local. "Na geral, obtêm-se inconsciência, ausência de dor, amnésia e retirada de qualquer tipo de estresse provocada pelo trauma cirúrgico", explica Webster. Como objetivo secundário, está o relaxamento muscular, que serve para facilitar o ato operatório. Segundo o médico, raramente uma anestesia local envolve o anestesiologista, enquanto que, na geral, na condutiva e na regional, sempre envolve esse profissional.
Como é feita a escolha da anestesia?
Conforme Webster, são raros os momentos em que não se pode aplicar a técnica geral ou a condutiva. No entanto, a escolha do tipo de anestesia ocorre de forma multifatorial, ou seja, depende de vários fatores. Como exemplo, Webster cita que, na grande parte das cirurgias neurológicas, ou qualquer outra acima do pescoço, impõem-se a geral. Mas isso não significa que não haja casos em que se possa aplicar outra técnica. Já abaixo do tórax, pode ser prescrita a do tipo condutiva.
Entretanto, a escolha da técnica, muitas vezes, pode estar ligada a uma necessidade cirúrgica. "Por exemplo, a pessoa precisa ter, durante a cirurgia, um relaxamento da vascularização das pernas, então se impõe a condutiva ou a raqui. Agora, qualquer cirurgia pode ser feita com geral", salienta. Porém, também devem ser analisadas as condições do paciente, conforme seu estado fisiológico.
Segundo Webster, a anestesia deve ser feita conforme acordo feito a partir de uma conversa entre o anestesiologista, o cirurgião e o paciente. "Às vezes, o cirurgião tem preferência por uma técnica, e isso é respeitado desde que haja condições de fazê-la. Por outro lado, muitas vezes, o paciente tem muito medo e não quer a geral de jeito algum. Quando possíveis, essas vontades são respeitadas", explica.
É inalatória ou endovenosa?
A aplicação da anestesia envolve processo inalatório e endovenoso. Normalmente uma anestesia geral é mista, com uma parte endovenosa (através da veia) e uma parte inalatória (gás pelo nariz). Isso ocorre porque os medicamentos se complementam: um é usado para relaxar, outro para manter a inconsciência, outro para dar analgesia (sedação). "É usada uma série de medicamentos, sendo raros os casos de uma única substância, pois cada uma tem uma ação necessária para o ato anestésico", salienta Webster.
Para uma anestesia mais longa, usa-se um analgésico de base, de forma endovenosa. "A anestesia só é puramente inalatória principalmente em pequenas cirurgias pediátricas (em crianças), quando se usa o cheirinho", diz. Como parece ser uma nebulização, torna-se mais fácil de aplicar, pois não assusta as crianças. Então fica fácil pegar a veia com a criança já anestesiada. "Então, geralmente, a anestesia é uma combinação dessas duas formas", explica Webster.
Precisa fazer a intubação traqueal?
Após passarem por uma cirurgia, algumas pessoas sentem um desconforto na garganta. A explicação está na intubação traqueal, processo de proteção da via aérea. Isso porque um dos problemas que a anestesia provoca é a depressão respiratória, o que exige muita atenção do anestesiologista, em especial em cirurgias de cabeça.
A colocação de um tubo pela garganta evita que sangramentos na boca (no caso de cirurgias na cabeça) ou regurgitamento de vômito cheguem ao pulmão. O processo se repete na maioria dos casos em que a pessoa está com estômago cheio.
Há complicações inesperadas?
Quando se ouve falar em morte durante ou logo após uma cirurgia, há choque e comoção entre familiares e amigos. "Mas isso ocorre também com o profissional médico. Não queixa estar na pele de um médico quando algo assim ocorre. Mas riscos existem, e nunca vão deixar de existir", salienta Webster. Como exemplo, o anestesiologista cita a ocorrência de Hipertermia Maligna (febre incontrolável). "Isso é pior que ter um Choque Anafilático e existe, mas, graças a Deus, é rara", revela. Segundo o médico, os profissionais e o hospital devem estar preparados (com equipamentos e medicamentos) para caso ocorra essa reação, que é imprevisível.
Casos como Choque Anafilático (reação alérgica intensa) ou Parada Cardíaca já não são tão temidos, pois os avanços médicos já permitem trabalhar com bastante segurança. "Hoje, existem medicamentos que ajudam a reverter casos como esses, quando ocorrem. Digamos que, de cada dez choques anafiláticos, um não se consiga reverter. Porém, também não são tão freqüentes", alerta Webster.
No caso de uma Hepatite Medicamentosa (alergia a medicamento que causa inflamação no fígado), a reação aparece entre uma semana e dez dias após a cirurgia. "Mas a Hepatite ficou cada vez mais rara devido à evolução dos medicamentos", salienta Webster, revelando que a maioria das complicações surge durante ou logo após o procedimento. Inclusive, há reações alérgicas provocadas pelos medicamentos que são usados após a cirurgia, durante o período de internação do paciente.
Qual é o tempo de recuperação?
Durante a cirurgia, o anestesiologista acompanha todos os sinais que implicam na fisiologia do pacientes, quais sejam: coração, pressão arterial, capacidade de oxigenação do sangue, função dos rins e temperatura corporal, entre outros. E não existe tempo máximo para uma anestesia, que pode durar dez horas ou mais. Da mesma forma, o tempo de recuperação após uma anestesia depende tanto do tamanho da cirurgia quanto da técnica utilizada, podendo variar de uma a cinco horas. Conforme a complexidade do procedimento, às vezes o paciente segue diretamente para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Essa ação é comum em casos de operações neurológicas grandes (como Aneurisma Cerebral).
Por essas razões, é importante estar num hospital com boa infra-estrutura, com condições de atender qualquer caso inesperado. "Por isso, sou defensor de que qualquer cirurgia, mesmo as estéticas, sejam feitas em hospitais, pois elas oferecem os mesmos riscos de qualquer outra cirurgia. Então, é preciso ter uma UTI à disposição, com equipe médica de plantão", opina Webster.
E as opções para o parto?
Para o normal, existem duas técnicas, ambas do tipo peridural. Numa, usa-se anestésico bem diluído para tirar a dor sem provocar relaxamento muscular. Na outra, utiliza-se um medicamento analgésico. "São duas peridurais, só se troca o tipo de medicamento", revela Webster.
No parto tipo cesariana, pode-se fazer a geral, a peridural (injetada no espaço peridural - camada de gordura anterior à duramáter-membrana que envolve a medula vertebral) e a raquianestesia (a agulha ultrapassa a duramáter, mas não atinge a medula, sendo o anestésico injetado em uma região abaixo da medula, onde só há filamentos nervosos). Essas duas últimas são as mais seguras para o bebê. A geral só é indica em casos de urgência, que são raros, isso porque a grávida pode ter chance maior de regurgitar e aspirar.
Consulte um anestesiologista
Infelizmente, não há como saber previamente, com certeza, se um dado paciente terá ou não complicações durante uma cirurgia. Por isso, no caso das eletivas (que podem ser marcadas com antecedência), são feitos diversos exames clínicos e analisada a história do paciente, inclusive tratando outros problemas de saúde que possam existir. Dessa forma, tanto paciente quanto médico ficam mais tranqüilos e seguros.
Segundo Webster, o diálogo entre médico e paciente é fundamental, pois cada organismo reage de forma diferente a uma intervenção cirúrgica. Por isso, a consulta também a um anestesiologista só trará ganhos a ambos os lados.
Enjôo após a anestesia
Em alguns casos, ao acordarem da anestesia, alguns pacientes sentem enjôos e tontura. Essa reação depende do tipo de cirurgia, das drogas que foram usadas e da reação do organismo de cada paciente. "São três fatores importantes. Há pacientes que têm sensibilidade a determinados medicamentos. E há cirurgias que, pela sua natureza, provocam essa reação, inclusive dor", explica Webster.
Por Dina Cleise de Freitas
Publicado no Jornal Ibiá em 11/08/2007 - Cadernos - Vida Sadia
Segundo Webster, não se pode dizer que não existem riscos, porém, há também bastante segurança. "Todo médico prima pelo paciente, em especial no ato operatório, pois é um momento único", destaca. "Quando acontece algo inesperado, e acontece, certamente é uma reação que fugiu de qualquer possibilidade", acrescenta.
O médico destaca que não existe risco puramente cirúrgico, nem puramente anestésico. "O risco é anestésico-cirúrgico. Por exemplo, pode ser um vaso que não se consegue estancar e a pessoa pode morrer desse sangramento. Mas sempre há um cuidado muito especial", enfatiza.
O risco de o paciente sofrer alguma reação adversa durante uma operação existe para todas as pessoas. Assim, ao passar por um mesmo procedimento, com os mesmos medicamentos, uma pode ter reação desagradável enquanto a outra terá ótimos resultados. Isso, porque uma pode ser alérgica a algum dos medicamentos e a outra não. Ou seja, tudo dependerá do organismo de cada paciente e da técnica escolhida.
Como é a ação?
A técnica anestésica serve para tirar a dor, promover a inconsciência e a amnésia durante um ato operatório, evitando o estresse fisiológico do paciente. Há quatro segmentos: a geral, a condutiva (peridural e raquianestesia), a anestesia regional (um segmento do corpo) e a local. "Na geral, obtêm-se inconsciência, ausência de dor, amnésia e retirada de qualquer tipo de estresse provocada pelo trauma cirúrgico", explica Webster. Como objetivo secundário, está o relaxamento muscular, que serve para facilitar o ato operatório. Segundo o médico, raramente uma anestesia local envolve o anestesiologista, enquanto que, na geral, na condutiva e na regional, sempre envolve esse profissional.
Como é feita a escolha da anestesia?
Conforme Webster, são raros os momentos em que não se pode aplicar a técnica geral ou a condutiva. No entanto, a escolha do tipo de anestesia ocorre de forma multifatorial, ou seja, depende de vários fatores. Como exemplo, Webster cita que, na grande parte das cirurgias neurológicas, ou qualquer outra acima do pescoço, impõem-se a geral. Mas isso não significa que não haja casos em que se possa aplicar outra técnica. Já abaixo do tórax, pode ser prescrita a do tipo condutiva.
Entretanto, a escolha da técnica, muitas vezes, pode estar ligada a uma necessidade cirúrgica. "Por exemplo, a pessoa precisa ter, durante a cirurgia, um relaxamento da vascularização das pernas, então se impõe a condutiva ou a raqui. Agora, qualquer cirurgia pode ser feita com geral", salienta. Porém, também devem ser analisadas as condições do paciente, conforme seu estado fisiológico.
Segundo Webster, a anestesia deve ser feita conforme acordo feito a partir de uma conversa entre o anestesiologista, o cirurgião e o paciente. "Às vezes, o cirurgião tem preferência por uma técnica, e isso é respeitado desde que haja condições de fazê-la. Por outro lado, muitas vezes, o paciente tem muito medo e não quer a geral de jeito algum. Quando possíveis, essas vontades são respeitadas", explica.
É inalatória ou endovenosa?
A aplicação da anestesia envolve processo inalatório e endovenoso. Normalmente uma anestesia geral é mista, com uma parte endovenosa (através da veia) e uma parte inalatória (gás pelo nariz). Isso ocorre porque os medicamentos se complementam: um é usado para relaxar, outro para manter a inconsciência, outro para dar analgesia (sedação). "É usada uma série de medicamentos, sendo raros os casos de uma única substância, pois cada uma tem uma ação necessária para o ato anestésico", salienta Webster.
Para uma anestesia mais longa, usa-se um analgésico de base, de forma endovenosa. "A anestesia só é puramente inalatória principalmente em pequenas cirurgias pediátricas (em crianças), quando se usa o cheirinho", diz. Como parece ser uma nebulização, torna-se mais fácil de aplicar, pois não assusta as crianças. Então fica fácil pegar a veia com a criança já anestesiada. "Então, geralmente, a anestesia é uma combinação dessas duas formas", explica Webster.
Precisa fazer a intubação traqueal?
Após passarem por uma cirurgia, algumas pessoas sentem um desconforto na garganta. A explicação está na intubação traqueal, processo de proteção da via aérea. Isso porque um dos problemas que a anestesia provoca é a depressão respiratória, o que exige muita atenção do anestesiologista, em especial em cirurgias de cabeça.
A colocação de um tubo pela garganta evita que sangramentos na boca (no caso de cirurgias na cabeça) ou regurgitamento de vômito cheguem ao pulmão. O processo se repete na maioria dos casos em que a pessoa está com estômago cheio.
Há complicações inesperadas?
Quando se ouve falar em morte durante ou logo após uma cirurgia, há choque e comoção entre familiares e amigos. "Mas isso ocorre também com o profissional médico. Não queixa estar na pele de um médico quando algo assim ocorre. Mas riscos existem, e nunca vão deixar de existir", salienta Webster. Como exemplo, o anestesiologista cita a ocorrência de Hipertermia Maligna (febre incontrolável). "Isso é pior que ter um Choque Anafilático e existe, mas, graças a Deus, é rara", revela. Segundo o médico, os profissionais e o hospital devem estar preparados (com equipamentos e medicamentos) para caso ocorra essa reação, que é imprevisível.
Casos como Choque Anafilático (reação alérgica intensa) ou Parada Cardíaca já não são tão temidos, pois os avanços médicos já permitem trabalhar com bastante segurança. "Hoje, existem medicamentos que ajudam a reverter casos como esses, quando ocorrem. Digamos que, de cada dez choques anafiláticos, um não se consiga reverter. Porém, também não são tão freqüentes", alerta Webster.
No caso de uma Hepatite Medicamentosa (alergia a medicamento que causa inflamação no fígado), a reação aparece entre uma semana e dez dias após a cirurgia. "Mas a Hepatite ficou cada vez mais rara devido à evolução dos medicamentos", salienta Webster, revelando que a maioria das complicações surge durante ou logo após o procedimento. Inclusive, há reações alérgicas provocadas pelos medicamentos que são usados após a cirurgia, durante o período de internação do paciente.
Qual é o tempo de recuperação?
Durante a cirurgia, o anestesiologista acompanha todos os sinais que implicam na fisiologia do pacientes, quais sejam: coração, pressão arterial, capacidade de oxigenação do sangue, função dos rins e temperatura corporal, entre outros. E não existe tempo máximo para uma anestesia, que pode durar dez horas ou mais. Da mesma forma, o tempo de recuperação após uma anestesia depende tanto do tamanho da cirurgia quanto da técnica utilizada, podendo variar de uma a cinco horas. Conforme a complexidade do procedimento, às vezes o paciente segue diretamente para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Essa ação é comum em casos de operações neurológicas grandes (como Aneurisma Cerebral).
Por essas razões, é importante estar num hospital com boa infra-estrutura, com condições de atender qualquer caso inesperado. "Por isso, sou defensor de que qualquer cirurgia, mesmo as estéticas, sejam feitas em hospitais, pois elas oferecem os mesmos riscos de qualquer outra cirurgia. Então, é preciso ter uma UTI à disposição, com equipe médica de plantão", opina Webster.
E as opções para o parto?
Para o normal, existem duas técnicas, ambas do tipo peridural. Numa, usa-se anestésico bem diluído para tirar a dor sem provocar relaxamento muscular. Na outra, utiliza-se um medicamento analgésico. "São duas peridurais, só se troca o tipo de medicamento", revela Webster.
No parto tipo cesariana, pode-se fazer a geral, a peridural (injetada no espaço peridural - camada de gordura anterior à duramáter-membrana que envolve a medula vertebral) e a raquianestesia (a agulha ultrapassa a duramáter, mas não atinge a medula, sendo o anestésico injetado em uma região abaixo da medula, onde só há filamentos nervosos). Essas duas últimas são as mais seguras para o bebê. A geral só é indica em casos de urgência, que são raros, isso porque a grávida pode ter chance maior de regurgitar e aspirar.
Consulte um anestesiologista
Infelizmente, não há como saber previamente, com certeza, se um dado paciente terá ou não complicações durante uma cirurgia. Por isso, no caso das eletivas (que podem ser marcadas com antecedência), são feitos diversos exames clínicos e analisada a história do paciente, inclusive tratando outros problemas de saúde que possam existir. Dessa forma, tanto paciente quanto médico ficam mais tranqüilos e seguros.
Segundo Webster, o diálogo entre médico e paciente é fundamental, pois cada organismo reage de forma diferente a uma intervenção cirúrgica. Por isso, a consulta também a um anestesiologista só trará ganhos a ambos os lados.
Enjôo após a anestesia
Em alguns casos, ao acordarem da anestesia, alguns pacientes sentem enjôos e tontura. Essa reação depende do tipo de cirurgia, das drogas que foram usadas e da reação do organismo de cada paciente. "São três fatores importantes. Há pacientes que têm sensibilidade a determinados medicamentos. E há cirurgias que, pela sua natureza, provocam essa reação, inclusive dor", explica Webster.
Por Dina Cleise de Freitas
Publicado no Jornal Ibiá em 11/08/2007 - Cadernos - Vida Sadia