É preciso coragem para buscar a felicidade

Imagem de um céu azul com nuvens brancas
Essa semana tomei um café com uma amiga que estava só sorrisos. Como disse outra amiga nossa, ela corria sérios riscos de ter cãibras no rosto, de tanto rir e por sorrisos tão largos – de orelha a orelha!

O motivo?

Ela havia pedido demissão duas semanas atrás, juntou os trapinhos com o namorado, foi morar na praia – aliás, uma linda praia catarinense – e está no processo final para abertura de uma franquia.

Fiquei muito feliz por tê-la visto, poder conversar com ela e saber que tudo anda muito bem. Mas também fiquei intrigada com uma frase que ela disse em meio ao bate-papo.

Uma nova rotina

“Nossa, desliguei total. Sumiu da minha memória tudo isso (o emprego anterior), nem parece que fez parte de mim. Agora tenho vida”.

Fiquei pensando: que ótimo ela ter se desligado de algo que não estava bom. Que bom ter tido coragem de mudar a vida, de largar um sonho para ir realizar outro, mais palpável, mais real, que a fazia mais feliz. Mas, por outro lado, me questiono como nós fazemos essas coisas com a gente mesmo.

A primeira questão é: “Agora tenho vida”.

Isso é verdade. Muita gente se dedica tanto ao trabalho, é tão exigido pela rotina, para estar disponível em amplo horário, em finais de semana e feriados, que “não tem vida”. Que o digam os amigos e principalmente os familiares!

A segunda questão é tão importante quanto a primeira: “Desliguei total. Sumiu da minha memória tudo isso”.

Isso é intrigante, pede muita reflexão. Você dedicar meses, anos de sua vida a um projeto e quando sai simplesmente apaga-se tudo da memória, como se nunca tivesse feito aquilo. Nossa, forte isso. Significa sentir-se livre de um fardo. Mas o trabalho não deveria ser um fardo. Que triste não ter ficado nada de bom para lembrar.

Outro projeto de vida

Fico pensando, quantos se submetem a fazer coisas que os deixam estenuados só porque insistem em querer realizar um sonho? Ou então porque precisam do emprego, ou melhor, do salário?

Sair e ter tudo “apagado” da mente é, para mim, triste. Sim. Quando se muda de projeto de vida para se ter “vida” e se apaga tudo da memória, é no mínimo admitir que não era feliz, que apenas via, através da janela, a vida passar. E era isso mesmo.

O problema é: quantos de nós se deixa atropelar pelos outros, pela rotina, pelos mandos e desmandos, sem reagir?

Fiquei muito feliz de conversar com essa amiga e saber que a ousadia dela de mudar de rumos, radicalmente, a estava deixando feliz. Não foi fácil, muitos a olharam atravessado, do tipo “tá louca”. Mas ela está é certa! É para sermos felizes que batalhamos todos os dias. Ou pelo menos deveria ser!

O que deve nos mover é a busca do bem-estar, da felicidade. Certo?

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